
Acordei hoje, linda, maravilhosa, me sentindo a Branca de Neve (se bem que na atual situação, preferia ser as madrastas dos filmes em cartaz). Bom, acordei linda! --------------------PAREM DE RIR! Pronto. Liguei meu computador do milhão e fui fazer café, porque tem que esperar 20 minutos a válvula desse bicho esquentar. Me deparei com o perfil da
Mary Jay que trocou seu avatar no Face-Chute-No-Saco. Antes, uma foto linda, bela e agora a foto da mesma caracterizada de Regan (que eu amo, sou fã e tenho todas as bonecas dela). Mexendo um pouco mais, eu vi que a
Divina Nubia estreiou um novo espetáculo em São Paulo, onde ela interpreta um cabaretier, um bofe, um homem!!! Fiquei pensando com minhas unhas postiças: "A Mary passou de gay para drag-de drag para travesti e ficou linda. A Núbia sempre me deixou de boca aberta com sua elegância, postura e feminilidade quando está no palco, ou mesmo fora dele. Não virou travesti como a Mary, mas ambas são tão poderosas, tão glamourosas, tão pootas quando estão montadas, que perdi a fala ao xeretar no orkut Facebook das duas e resolvi fazer esse post. Como eu faço direção artística desde que inaugurei minha própria boate em 1996 (a Fake Club), eu trabalhei com vários protótipos de artistas-drags-transformistas. A maioria topava o jogo e fazia as palhaçadas que o show pedia. Algumas não. Os anos se passaram e tudo muda, se transforma, melhora ou piora. Na minha visão, piorou. Hoje temos um seleto grupo que faz caricata. Ótimas, bárbaras, engraçadas. E acaba nelas. Nenhum nome surgiu ao longo de uns 5 anos. Sempre as mesmas caricatas reinam absolutas desde que pisei na primeira boate gay (Rave) em 1995. As tops são tops. Lindas, exuberantes e copiadas POR TODAS QUE VIERAM A SEGUIR. Raridade aquelas que se propõe a colocar uma peruca colorida ou encarnar outro personagem que não seja aquele que ela idealizou pra vagar pelo dark room ou fazer show em troca de vale drink. E ainda tiram o sarro nas mais velhas que botam a cara a tapa e se realizam como artistas fazendo isso. Eu já fiz de tudo em palco de boate gay. Desde imitar a Nubia (com a mesma peruca, roupa e música), até Sidney Magal. Quando me perguntam porque falta espaço para mais shows, a resposta é simples: FALTA TALENTO. Não vou citar nomes. Nem das caricatas, nem das tops, nem das Cucas. A Talessa já foi Cuca e hoje é uma estrela. É só questão de saber respeitar aquela que você está copiando e melhorar com o tempo. Não pensem que o público (quando digo público não estou me referindo à amiga do bairro), o público mesmo, que não conversa com a gente, que espia o show lá do canto, discretamente, gosta de ver uma bicha mostrando o osso, com um pedaço de trapo amarrado no corpo e batendo o cabelo com 10 fios da peruca "de cabelo". Finalizando (que isso tá virando uma bíblia)... Parabéns a Divina Nubia e a Mary Jay que fazem arte. É legal ver gente bela no palco, mas também é legal ver gente boa, talentosa, sem medo de "parecer feia", porque chuveiro foi criado pra lavar a cara e sair da fantasia. Viva os artistas!
