quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

CONVERSA ENTRE DOIS BEBÊS



- E aí, véio?
- Beleza, cara?
- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.
- Quer conversar sobre isso?
- É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me botando um terror, sabe?
- Como assim?
- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar. Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?

- Nunca.
- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?

- Sabe a sua vizinha ali da casa amarela? Minha mãe diz que ela tem uma hortinha no fundo do quintal. Planta vários legumes. Será que sua mãe não quis dizer que seu pai deu um pulo por lá?

- Hmmmm. pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que meu pai tem um caso com a vizinha?

- Hmmmm. pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que meu pai tem um caso com a vizinha?

- Como assim, véio?

- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!

- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.

- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.

- Tipo o quê?

- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato. Assim, do nada. Puta maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!

- Caramba! Mas por que ela fez isso?

- Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.

- Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.

- E sabe a Francisca ali da esquina?

- A Dona Chica? Sei sim.

- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá, paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.

- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.

- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe, né? Ela me contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.

- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia fazer isso com o filho.

- Mas é ruim saber que o casamento deles é essa zona, né? Que meu pai sai com a vizinha e tal. Apesar que eu acho que ele também leva uns chifres, sabe? Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar ladrilho em tudo, só pra ele pode passar desfilando e tal.

- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.

- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo veio me falar que a vizinha cria perereca em gaiola, cara. Vê se pode? Só tem louco nessa rua.

- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?

- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um guia para você saber onde encontrar namorado e oque esperar dele!

THE WEEK
Nomes prováveis: Wiilian Barraud - Doug Fitzburghty - Argon Naravutchesk
Roupa: sem camisa
Primeira transa: no matinho do Deck
Nível Social: Estudado, mas como miojo e mora na Paulista
Passeio prefereido do casal: Ir para academia
Tempo estimado de namoro: O tempo que o ciclo da bomba durar
Música que ele ouve: Tribal pesaaaaado!
Onde o namoro vai terminar: Ele internado com hepatite por causa das bombas

*

BAILÃO OU CANTHO
Nomes Prováveis: Manuel, Orlando ou Oswaldo
Roupa: Camisa Pólo, calça social e sapato
Primeira transa: Vai demorar... o pinto não sobe com tanta frequencia!
Nível Social: Rico, na seca, pagava michês. Você será tratado como rainha!
Passeio preferido do casal: Restaurantes que existem há mais de 40 anos
Tempo estimado de namoro: Por ele, para o resto da vida. Não vai sobrar tempo de aparecer mais ninguém!
Músicas que ele ouve: Românticas
Onde o namoro vai terminar: Você, no velório dele, decidindo o testamento

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DÍSPOVÍVEL - MANHUNT - GAYDAR
Nomes prováveis: Pauzão 23 - Passivinho_Guloso - Gatosarado_moema
Roupa: Faz diferença?
Primeira transa: Em alguns minutos, dependendo da distância, do trânsito ou da greve do metrô
Nível Social: Sempre são ricos, mas nunca tem lugar para uma foda
Passeio preferido do casal: Chat UOL
Tempo estimado de namoro: Horas
Música que ele ouve: Seu próprio Ipod
Onde o namoro vai terminar: Cada um criando um novo perfil no mesmo site

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CHILL OUT DO BETO SALSICHA
Nomes prováveis: Ele não lembra o próprio nome
Roupa: Suja e suada, afinal, ele está vindo de tr6es outras festas (o chill out é no domingo de manhã, mas ele tá na balada desde quinta-feira)
Primeira transa: Depende. Se ele ainda tiver GHB, vai ali mesmo. Se ele só tiver bala, vai ali mesmo.
Nível Social: Cheio de dívidas. Gasta todo o dinheiro em balada e colocação.
Passeio preferido do casal: Baladas
Tempo estimado de namoro: Toda noite ou dia que se encontrarem torotos na balada. Vão beijar, ficar, mas nenhum lembra o nome do outro.
Música que ele ouve: Aquela que faz a bala bater
Onde o namoro vai terminar: Os dois indo para uma clínica de desintoxicação junto com Britney e Amy.

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PARQUE DO IBIRAPUERA A NOITE
Nomes prováveis: Jandeilson, Claudinei, Robivaldo
Roupa: Aquela que ele estava usando para trabalhar
Primeira transa: Oras... no prórpio parque!
Nível Social: Trabalhador Operacional
Passeio preferido do casal: O prórpio parque
Tempo estimado de namoro: Até meia-noite, quando o portão principal fecha.
Música que ele ouve: Forró, pagode, Calypso (sim, Calypso é um gênero musical a parte)

domingo, 18 de janeiro de 2009

Aceitamos a velhice?

Hoje mesmo, acordei cedo e fui passar o tempo no chat UOL. Quando não achamos nenhuma pessoa que esteja a fim de sexo, sempre achamos alguém pra teclar como amigos.
A dificuldade é quando você fala a idade.
Como não gosto de mentir, já arraso nos meus 37 anos... O problema é que as pessoas tem medo de falar a verdadeira idade.
Sempre fui contra isso... Se em nossas vidas, lutamos dia a dia pra sobreviver, um ano a menos, faria grande diferença em nossa luta diária.
Passamos por tanta coisa e envelhecemos com orgulho. mas nem sempre pensam assim...
Inclusive, alguns falam: Tenho 50 anos com aparência de 40.
Bem... se alguém curte um cinquentão, provavelmente não vai querer um cara que aparente 10 anos mais novo! '
Seria a mesma coisa que eu falasse: Sou careca, mas se quiser, posso usar peruca!
Uai! Quem curte um carecão, vai querer o cabeludo? Será?
Envelhecer é adquirir novas experiências, novos hábitos, deixar os ruins no passado. Daí vale a pena.
Envelhecer é saber conversar com outros de qualquer faixa etária, rolando uma foda ou não... é saber respeitar os limites dos parceiros, as neuroses dos amigos, as decepções profissionais.
Eu mesmo tinha um "certo" preconceito com fodas mais velhas - e quando falo mais velhas, tô falando de 35 anos pra cima - preconceito, já sei!
Me dei o direito de conhecer duas pessoas: um de 38 e outro de 40.
Foi fabuloso!
Além da experiencia na cama ser ótima, sem rótulos, o papo fluiu maravilhosamente bem!

Acho que estou adorando envelhecer!!!
E vc?

Vamos tentar!

Resolvi criar esse blog, já que todo mundo tem! Vamos ver se tenho paciência pra atualizar...
Gostaria de fazer uma coluna, na linha de Carrie Bradshaw, uma coisa meio "Sex and the City", que amo!
Beijos pra quem me acompanhar!